Trabalho 2
The World is not a desktop
Referências bibliográficas:
WEISER, Marc. The world is not a desktop.
Após a leitura do texto “The World is not a desktop”, de Marc Weiser, fiz a seguinte análise a partir de minhas próprias reflexões:

O texto de Marc Weiser, de 2006, que na época escrevia para uma revista focada na interação humano-computador e design, traz questionamentos sobre o futuro, mas ressalta que todos deixam o computador visível. “O mundo não é um desktop”. A partir disso, penso nas nossas aulas, em que discutimos sobre pensar além do tangível - expandindo os sentidos.

Para Weiser, “uma ferramenta boa é uma ferramenta invisível”, no sentido do talento que tem de focar mais na habilidade do que na ferramenta/objeto em si, mas ressalta que isso não é uma tendência atual. Focamos cada vez mais no próprio aparelho, por exemplo celular, computador e televisão. A questão estética é muito valorizada e, muitas vezes, para pessoas que entendem menos sobre aspectos de funcionalidade, impulsiona a trocar de aparelho mais do que a função em si, que nem sempre traz grandes mudanças de um ano para o outro, mas a questão de ser mais fino, ou de combinar com o ambiente. Porém, nenhuma dessas atualizações buscam uma invisibilidade do aparelho. Isso tem muito a ver quando o autor diz que a “atração (estética) é o oposto do invisível”. Esse aspecto deveria mesmo ser tão valorizado?

Existe essa ideia de que o computador deve ser como o ser humano, o que não acontece com outros aparelhos. O VR, por exemplo, tem a interface como centro de atenção. Isso quer dizer que o próprio captura os movimentos de forma involuntária, de modo que não é preciso fazer um comando em si.

O uso de comando de voz talvez seja o mais perto que chegamos de uma computação ubíqua dentro do nosso cotidiano, mas, ainda assim, seu entendimento é limitado e muitas vezes estamos nos comunicando com uma tela (exemplo: Siri, Cortana, Bixby, etc), o computador está visível. Tanto se fala de ubiquidade e penso em seus pontos positivos e negativos: poder ultrapassar fronteiras, ter contato com o diferente, interligar mentes, compartilhar conhecimento e ideias, falta de segurança, excesso de informações, fake news, privacidade, entre outros. Nisso, a ética entra no campo da tecnologia, com discussões longas atuais e de extrema importância.

O autor também menciona a possibilidade de abandonarmos o computador, mas que requer toda uma mudança de visão da sociedade. Será que estamos prontos para isso? Uma questão que é interessante ressaltar é, nos dias de hoje, escrevendo em 2019, como nós mesmos vemos esses aparelhos que Weiser cita. A evolução da tecnologia avançou de modo que está muito mais presente na nossa realidade e é quase invisível, tão normal que nem percebemos a presença dos mesmos (no texto, analogia com a infância: “rapidamente esquecida mas que sempre tá com a gente e usada sem esforço durante nossas vidas“). Talvez, em 2006, ano em que ganhei meu primeiro celular, quando as telas estavam começando a dominar nossas vidas, esse fosse um questionamento comum (e fácil de retornar) sobre qual caminho estavam tomando. Atualmente, sinto que as pessoas não pensam sobre isso, pois já é normal. Não ter as telas seria uma grande revolução que, com certeza, causaria estranhamento.